sexta-feira, 8 de junho de 2012

O Sorriso Rubro

Se não quiser ler a estória no blog, baixe-a para o seu computador! Clique na seta abaixo e faça o download! Só não se esqueça de comentar a sua opinião. Seja sincero!



O Sorriso Rubro

Eu estava sentada na frente do computador, como toda sexta à noite. Meus pais estavam viajando a negócio e ficariam o fim de semana inteiro fora. Finalmente a casa só para mim!
Olhei no meu celular que estava na mesa do computador. Já passava da meia noite, a casa estava no silêncio total. O telefone tocou. Pulei com o susto. Corri até a sala e o atendi. Silêncio. Desliguei e voltei para o meu quarto.
Cinco minutos depois, o telefone tocou novamente. Corri até a sala e o atendi. Silêncio. Quando eu estava para desligar, escutei uma respiração forte. Meu corpo inteiro arrepiou. Desliguei.
Alguma das minhas amigas deve estar fazendo isso, só pode. Elas sabiam que eu ia ficar sozinha em casa e estão tentando me assustar, mas não vão conseguir.
Voltei para o computador, e trouxe o telefone sem fio comigo.
Cinco minutos depois, o telefone tocou novamente. Irritada, atendi:
- Olha aqui, fala logo o que você quer!
- Filha? Está tudo bem?
- Ah! Oi, pai! Me desculpa, é que tem alguém ligando aqui pra casa, mas não fala nada.
- Tô ligando pra ver se tá tudo bem com você.
- Tá tudo ótimo!
- Está bem então. Juízo, menina. Domingo nós estamos em casa.
- Tchau, pai!
- Tchau, filha. – Desliguei.
Fui até a cozinha pegar algo para comer. Pelo canto do olho vi algo se movendo na janela da sala. Congelei. Movi lentamente a cabeça em direção à janela, mas não vi mais nada. Olhei em volta procurando algo para usar como arma mas a gaveta de facas estava distante.
A sala era enorme, e as paredes possuíam grandes janelas de vidro. À noite, a casa se transformava em um aquário, e os moradores, em peixinhos indefesos.
Achei que estava vendo coisas demais. Andei até o armário e peguei uma bolacha. Estava quase no corredor que levava aos quartos quando parei. Os pêlos da minha nuca estavam eriçados. Algo estava errado. Muito errado. Virei o corpo para a sala, mas os vidros estavam embaçados, e a única coisa que eu conseguia ver, era o meu reflexo. Pensei em chegar perto para ver lá fora, mas faltou coragem.
Voltei para o meu quarto, comecei a comer a bolacha e descontraí. Aproximadamente vinte minutos depois, o telefone tocou. Levei outro susto. Quando coloquei o dedo no botão de atender, ouvi barulhos no quintal. O que está acontecendo?
Atendi ao telefone, receosa.
- Alô?
Uma respiração forte.
- Quem é você? Vou ligar para a polícia se não parar de me ligar!
- Tente me impedir. – Uma voz grave e rouca. A ligação caiu.
Tentei ligar para a polícia, mas o telefone ficou mudo. Procurei meu celular pelo quarto, mas não o achei. Onde eu coloquei aquela tranqueira? Eu trouxe para o quarto quando vim pra cá!
Tentei lembrar onde o coloquei pela última vez, quando escutei o seu toque vindo da cozinha. Fui até lá devagar, tentando não fazer muito barulho. Ele estava em cima da mesa, tocando. Mas a música era do alarme. Por que o alarme tá tocando? Eu não coloquei pra despertar.
Peguei o celular. O nome do alarme era “Hora do Susto”. Como assim? Minhas pernas bambearam, e eu me apoiei na mesa. Olhei em volta, esperando um ataque, mas nada aconteceu. Desliguei o alarme e o silêncio reinou novamente.
O que está acontecendo? Tem alguém em casa!
Liguei para a polícia do celular, peguei uma faca da gaveta e andei cautelosamente até o meu quarto. Olhei embaixo da cama, e tranquei a porta. A ligação não completava nunca, olhei para o meu celular. Estava desligado. A bateria tinha acabado. Agora não! DROGA!
Larguei-o do lado do computador, apaguei as luzes e encostei na parede, atrás da porta. E esperei. Suor escorria da minha testa. Minhas mãos seguravam a faca sem firmeza. Minhas pernas tremiam. Eu vou morrer. Não! Eu não posso morrer, não desse jeito. Segurei um soluço, e minha garganta doeu por causa do choro contido.
Alguns minutos se passaram, até que vi através da penumbra, a maçaneta girar. Minha vontade era de gritar o mais alto possível, mas eu não podia. Isso era entregar a minha localização para aquele psicopata!
- Saia da toca, ratinha.
Apertei o cabo da faca mais forte. Olhei ao redor, e simplesmente tive a ideia salvadora.
Caminhei lentamente até meu armário, movi as coisas de dentro dele para baixo da cama. Coloquei uma caixa de plástico estrategicamente na frente da janela. A porta fez um barulho alto, e eu gritei com o susto e a tensão.
- Aí está a minha garota.
Desgraçado!
A porta fez barulho novamente. Ele deveria estar tentando arrombá-la, e provavelmente não demoraria muito. Abri a janela, e a deixei escancarada. O ar gélido da madrugada invadiu o quarto e me congelou até os ossos. Entrei dentro do armário, e fiquei o mais silenciosa possível.
Passaram-se alguns minutos, mas foram os minutos mais longos da minha vida. De tempos em tempos a porta fazia barulho, até que eu a escutei abrir com um estrondo gigante. Ouvi os passos ecoando, cada vez mais perto. Meu coração batia tão alto que eu achei que o psicopata poderia ouvir.
Tudo silencioso. Passos novamente. Uma caixa plástica sendo chutada. Era o momento que eu esperava. Pulei para fora do armário e enfiei a faca nas costas da pessoa que estava na minha frente. O homem virou de frente para mim, seu rosto estava com uma expressão confusa.
Ele agarrou uma das minhas mãos, mas eu o esfaqueei no olho. E completei cortando a sua garganta de orelha a orelha, formando um sorriso horripilante.
O homem caiu de joelhos, sangrando. Chutei seu genital, e ele finalmente caiu no chão.
Peguei meu celular, corri para o quarto dos meus pais e o coloquei para carregar. Liguei para a polícia, e em alguns minutos eles chegaram. Meus pais foram comunicados, dormi na casa de uma amiga, e o homem não foi identificado.
Passei anos fazendo terapia, tentando superar aquela madrugada. A única coisa que eu conseguia era ver o rosto dele, banhado de sangue, olhando dentro dos meus olhos. E a sua respiração pesada ecoando nos meus ouvidos.
Só havia uma coisa que me fazia esquecê-lo. E era quando eu tirava a vida de outra pessoa.

~ * ~ * ~

A imagem é para reforçar que psicopatas não são necessariamente pessoas estranhas. Podem ser pessoas bonitas e cativantes, completamente normais para nós. Pode ser aquele seu vizinho ou a sua colega de trabalho. Pode até mesmo ser o tio simpático da cantina.
Qualquer um pode ser um psicopata sem que você saiba...

Se copiar a estória, não esqueça de citar a autora (Lívia)!

7 comentários:

Shana disse...

QUE. MEDO.
Ficou excelente, senti tensão até nos ossos lendo esse! D: Se eu não dormir a noite, pode ter certeza que farei outro voodoo pra você.

Lívia F. disse...

Eba! Então eu consegui passar a sensação que eu queria! \o/
Por favor, outro voodoo não x-x
Eu tenho a sensação que você ainda vai fazer uma coleção de bonecos de voodoo pra mim...rs

olliverx1 disse...

Lívia, suas histórias estão me dando medo ><'

Lívia F. disse...

Isso é bom, Ollie! hehehe
Quer dizer que elas estão boas :)

Unknown disse...

o pior é quando você CONHECE e JÁ ESTEVE no ambiente do conto... >P^)

Lívia F. disse...

Ou quando você mora nele, né? rs

tudo sobre o 5ano do nandi disse...

ai que medo me apavorei tanto você captou bem o que queria medo suspense adorei a historia