terça-feira, 13 de outubro de 2015

Se for pra tudo dar errado quero que seja com você.


Deitada na cama, tomando banho, cozinhando, andando, estudando, dormindo, respirando. Pensando em você todo o tempo, todos os segundos acordada ou dormindo. Nada consegue fazer minha mente desviar de você.
Quero suas marcas em mim, quero sua mão segurando a minha, seu abraço que me protege, seus olhos castanhos que me olham com tanta doçura, seu cabelo ondulado, sua risada que ecoa sempre nos meus ouvidos, sua pele morena colada na minha. Quero que você seque as minhas lágrimas e não me solte jamais.
Mas que direito tenho eu de te pedir algo? Fui eu quem surgiu do ar em uma noite quente e baguncei a sua vida. Deixei você em um caos maior ainda e fui embora.
E eu voltei. Só para aumentar ainda mais a bagunça que deixei no seu coração, para você sentir minha falta. Para só eu poder te arrumar.
Você me chama de indecisa, mas a verdade é que eu sei exatamente o que eu quero. E eu quero você. Só não tenho coragem de te falar em voz alta. E aí me pergunto novamente, que direito tenho eu de te querer?
Que direito tenho eu de te pedir para me esperar sabendo o quanto você vai sofrer durante essa espera? Não te quero ver sofrendo, muito menos por minha causa. Mas te deixar ir também não é uma opção.

Eu chamo isso da maldição de viver e amar intensamente. Penso se não deveria ter passado direto naquela noite especial, mas... se for pra tudo dar errado quero que seja com você.

domingo, 27 de setembro de 2015

Diário da Verônica #5

Dia 26 de Setembro

"— Claro — disse a raposa. — Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..." - Antoine de Saint-Exupéry



Abrir a porta, colocar as malas no quarto, esticar o corpo cansado da viagem.
Tudo é muito automático, não penso no que estou fazendo, a única coisa na qual consigo pensar é em você.
Deito na cama, meu corpo relaxa um pouco. Puxo da minha bolsa meu mais novo presente: um exemplar de O Pequeno Príncipe. Abro a capa, leio e releio a dedicatória inúmeras vezes.
Borboletas voam pelo quarto.
Fecho os olhos, e me transporto no tempo e espaço para quilômetros longe daqui, para um instante mágico que já passou.
Um boa noite seguido de um sorriso contagiante. Mais borboletas passeiam pelo quarto.
Memórias brotam em um fluxo contínuo. Sinto meu corpo flutuando, leve, tranquilo.
Visualizo você aqui comigo. Sua voz ecoa pela minha lembrança, meus lábios sentem o gosto dos seus, meu corpo esquenta com o calor dos seus braços ao meu redor, em um abraço carinhoso.
Voltei para casa cheia de novos sonhos, mas definitivamente deixei algo para trás: meu coração.

Vicky

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Goodbye


Querido Sr. X,

o que planejei ser passageiro mudou completamente ao te conhecer melhor. O que era apenas para ser uma troca de afeições, transformou-se em um desejo maior. Quero você! Quero seu corpo na mesma proporção que quero o seu coração. Quero passar noites acordadas ao seu lado conversando sobre o mundo, quero olhar para seus olhos brilhantes antes de um beijo, quero fazer eternos cafunés enquanto assistimos filmes, quero fazer piqueniques no parque, passeios à luz da lua, tomar sorvete nos dias quentes (e nos frios também!), quero acordar em um sábado preguiçoso e te encontrar ao meu lado, quero espalhar para o mundo que você roubou meu coração.
Mas sei que você não quer as mesmas coisas que eu quero.
Meu coração vai partir para um novo rumo, com novas aventuras, e tudo o que tenho a te dizer é: Obrigada pelos sorrisos e que você seja feliz!

Com carinho, Srta. Y.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Outros olhos



Quero me perder na imensidão dos teus olhos, enlouquecer na doçura dos teus lábios, me aninhar no calor dos teus braços, passar os dedos pelo teu cabelo, roçar meu rosto na tua barba.
Tão perto, mas tão longe...
Meus olhos procuram os teus na multidão, meu coração acelera com a tua voz ao longe.
Cá estou eu rabiscando palavras nesse dia frio com gosto de verão, querendo você aqui comigo.
Ah, que belo dia para se estar viva!

terça-feira, 2 de junho de 2015

Aqueles olhos

Aqueles olhos


Nossos olhares se encontraram no meio do salão lotado. Olhos sérios sustentando os meus. Meu coração deu um pulo que há muito eu não sentia. Sorri envergonhada e caminhei em sua direção, tentando parecer o mais calma possível.
— Olá. Você é a Sarah, certo?
— Eu mesma. Você é o amigo do Paulo?
— Sim. Prazer, Rodrigo.
Ele me deu um abraço e senti seu tórax largo pressionado contra meu corpo. Seu calor foi agradável naquele dia frio. Nos soltamos e ele disse:
— Acho que eles já estão nos esperando no Pizza Hut. Vamos?
— Sim, estou morrendo de fome.
Ele sorriu para mim e andamos juntos até a praça de alimentação, conversando.
Encontramos com o Paulo e mais alguns amigos dele. Comemos, conversamos, rimos e acredito que em algum momento desse processo todo, eu me apaixonei.
Rodrigo me deu carona até o meu hotel.
— Vamos marcar mais alguma coisa antes de você ir embora. –Ele sugeriu.
— Vamos, sim! Aproveitar já que não venho muito para cá. –Respondi animada.
Nos despedimos, e eu fui para o meu quarto. Rolei a noite inteira na cama relembrando o dia. Das conversas com o Rodrigo, seu sorriso que me desarmava, sua voz grossa que me causava arrepios, do seu corpo quente, das suas tatuagens à mostra.
No dia seguinte marcamos de dar uma volta pela cidade. Ele me levou em um tour particular. Eu me sentia uma menina ao seu lado, com suas conversas maduras, com suas experiências de vida. Pude sentir a diferença de idade, mas não me importava nem um pouco, só queria ouvi-lo falar, queria aqueles olhos brilhantes focados em mim. Não queria que aquela semana terminasse.
Passamos tempo dos dias restantes conversando sobre tudo. Mas o último dia da minha viagem chegou e, com ele, a despedida.
Rodrigo me abraçou e disse que sentiria saudades. Meu coração palpitou e não pude esconder um sorriso gigantesco.
Mantivemos contato pela internet, mas não era a mesma coisa. A magia daqueles olhos castanhos foi se esgotando. Até o dia que percebi que qualquer coisa que existiu entre nós foi apenas amizade, e que o caminho que eu estava trilhando era solitário. E isso não mudaria.

Me forcei o distanciamento daquele sorriso que eu tanto desejava até parar de necessitar dele. Assim é a vida. Temos amores eternos e paixões de segundos. E seguimos procurando pelo próximo momento que seremos cativados por um outro alguém.



Se copiar o conto, não deixe de citar a autora (Lívia)