Esconde esconde mortal
Era madrugada de domingo, eu e mais cinco amigos estávamos brincando de esconde-esconde dentro da escola. Maria estava nos procurando. Após duas horas escondida no armário de faxina eu já havia caído no sono e então resolvi ir procurá-los.
Andei até o banheiro feminino, a luz estava acesa, assim que entrei abafei um grito. No espelho estava escrito em sangue “Estou indo te achar”, e dentro de uma das cabines estava minha melhor amiga degolada.
Corri até o laboratório, encontrei Jorge no chão com o rosto deformado, e vários vidros de ácido em volta. Aquilo estava me assustando. Lembrei do refeitório, e assim que cheguei minhas pernas perderam as forças. Rafael fora esfaqueado e deixado em cima de uma das mesas, e sangue estava espalhado pelo chão. Quando cheguei perto dele, ele ainda estava lutando para sobreviver, e ao me ver, ele gritou desesperado e morreu na minha frente. Peguei a faca que estava ao lado dele no chão caso precisasse.
Seu grito denunciou aonde eu estava, e o louco que invadiu a escola conosco chegaria logo, afinal só poderia ser um louco por trás disso. Corri para a diretoria, e ao passar pelo corredor da minha sala de aula, percebi a porta aberta e uma luz piscando lá dentro. Olhei com cautela, e vi o celular da Júlia piscando no chão. Entrei e o peguei. Ela tirou uma foto borrada de algo roxo. Não consegui identificar. Saindo da sala, reparei em uma das carteiras tortas, ao chegar perto, encontrei um revólver no chão. Uma arma igual a que meu pai tinha em casa. Me arrepiei inteira.
Corri para fora da sala e ao chegar na diretoria, estava vazia. Dei meia volta e, antes de sair, escutei um barulho baixo de respiração. Suei frio. Contornei a mesa da diretora, e encontrei Maria com um tiro no peito. Ela estava quase morrendo. Quando me aproximei, ela começou a chorar e a implorar pela vida, tentei ajudá-la, mas quando a toquei, ela me cortou superficialmente com uma faca do refeitório, e em seguida, cortou sua própria garganta.
Com o choque, corri para o portão, estaria trancado mas eu tentaria pulá-lo. Ao chegar no portão, percebi que era muito alto, e que sozinha não conseguiria. Se eu não encontrasse a Júlia, teria que buscar uma cadeira dentro da escola. Olhei em volta e, encontrei um par de olhos sem vida me encarando. Júlia estava pendurada em uma árvore. Enforcada! Ela era frágil, qualquer um podia arrastá-la aqui para fora. Mas por que eu não escutei nada? Dormi tão pesado assim? E quem invadiu a escola para nos matar?
Lembrei da biblioteca, lá era um lugar para me esconder, e a porta fechava bem. Corri para lá com os meus pulmões estourando, entrei, tranquei a porta por dentro, e arrastei um móvel para fazer uma barricada. Fui para o fundo, e olhei no espelho que havia lá. Um espelho enorme, escrito “Você perdeu!”. Meus instintos ficaram alertas, peguei a faca e olhei em volta.
Estava quieto e escuro. Mas escutei uma risada ecoando pela biblioteca, virei para o espelho de novo, e era eu quem estava rindo! Escutei na minha mente “É ótimo poder ser você e matar os seus amiguinhos idiotas”. Não! Olhei para a minha blusa, roxa. A foto do celular! Minha segunda personalidade os matou. Cruelmente. No desespero segurei a faca com força, e cortei a minha própria garganta. Enquanto eu morria, a risada gélida e cruel ecoava na minha mente, como uma maldição.
Se copiar a estória, não esqueça de citar a autora (Lívia)!
2 comentários:
Gosto da progressão, mas acho que as descrições podiam ser um pouco maiores, pra dar mais suspense. :0
Beijosmil
É que era um conto para um concurso, então tinha limite de tamanho. Mas vou refazer o conto e aumentar as descrições!
Obrigada :)
Postar um comentário