quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Diário da Verônica #3


Dia 30 de outubro

Eu sei que é errado escrever aqui em vez de te dizer.
Mas é difícil falar.
E foi apenas um sonho.
Você estava andando do meu lado, estávamos de mãos dadas, rindo.
Até que um raio cortou o céu junto com a minha frase.
Pude ver a sua expressão mudando, do mesmo jeito que o céu escurecia com as pesadas nuvens de chuva.
Soltei a minha mão da sua, e olhei em volta, culpada e com medo.
Quando olhei de volta, você não estava mais ao meu lado. Estava lá longe, andando rápido, sem nem olhar para trás. Sempre me perguntei por que você nunca olha para trás.
A chuva começou a cair, misturando-se às minhas lágrimas.
Por que eu tinha esse maldito costume de estragar tudo? De causar problemas para nós?
-Eu te amo. – Meu sussurro se perdeu em meio ao barulho da chuva.
Acordei assustada. A chuva batia forte na minha janela.
Peguei o celular e te mandei uma mensagem: Você ainda me ama?
Logo veio a resposta: Do que você está falando, boba? Eu sempre vou te amar.
Aquilo acalmou o meu coração. Mas só um pouco. Continuei com a sensação de que eu te causava muitos problemas...
Vicky

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Amor de Mãe

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Amor de Mãe

-Ju, minha amiga, eu te imploro!
-Não, eu não vou embora!
-Olha o seu estado, mulher! Vê o que aquele desgraçado fez com você!
-Ele não fez de propósito, Rita... Ele só ta mais estressado ultimamente.
Juliana olhou o relógio.
-Rita, o Manuel já vai chegar. Você sabe que ele não gosta de ninguém aqui em casa.
-Ju, você sabe que ele não vai chegar logo. Ele vai pro bar, ficar bêbado e vir te espancar depois.
-Não é verdade! Faz favor, Rita, vai embora.
-Você só vai fazer algo quando ele quase te matar? Ou quando o Yudi apanhar do pai? Tá bom, to indo.
Rita foi embora triste, enquanto Juliana foi chamar Yudi na vizinha. O menino foi tomar banho; a mãe, a janta.
Os dois se sentaram à mesa, com a mesa posta e a comida pronta. Esperaram.
Esperaram por quase três horas até Manuel chegar batendo a porta.
-Mulher! Cadê você?
Juliana correu até a sala. O cheiro do álcool era evidente.
-O que você aprontou hoje? Eu sei que a biscate da Rita tava aqui falando bobagem.
-Não, meu amor. Ela veio, mas eu pedi para ela ir embora.
-Pediu? Tem que expulsar aquela vaca daqui! Por que você não fez isso, hein? – Ele agarrou o cabelo dela e a jogou no chão.
-Ai! Por favor, não, eu não vou fazer de novo.
-É o que você sempre fala, sua vadia. – Chutou a barriga da esposa.
-Não, querido, eu prometo, não vou mais fazer. – Começou a chorar.
-Para de chorar, desgraçada. Eu faço tudo por vocês!
-Por favor... – Ela implorou.
-Eu que aguento aquele maldito do meu chefe. – A cada frase, um chute em Juliana. – Aguento aquele trabalho de fracassado. Tudo porque você ficou grávida daquele seu filho retardado. Você destruiu a minha vida!
O filho de cinco anos presenciou a cena, e começou a chorar.
-Para, moleque.
-Yudi, tá tudo bem, filho. A mamãe tá bem.
-Cala a boca, desgraçada. – Puxou o cabelo e bateu a cabeça dela no chão. Yudi continuou a chorar. Juliana desmaiou.
-Mamãe...
O pai avançou no filho e o socou. Como o choro continuou, ele pegou o menino, o jogou na parede e depois o chutou. Quando a casa finalmente silenciou, ele foi dormir.
Juliana acordou no meio da madrugada. Seu filho estava deitado em posição fetal, imóvel.
-Yudi, não, não! – Ela se arrastou até ele. – Filho? Querido? Tá tudo bem?
-Ma-mãe.
Ela o envolveu nos seus braços e o embalou, chorando.
Quando o menino dormiu, ela o colocou no sofá, e andou silenciosamente até o quarto para se certificar de que Manuel estava dormindo. Ligou para Rita; ela já estava vindo.
Juliana esperou na porta por cinco minutos até a chegada da amiga.
-O que aconteceu, Juliana? Meu Deus, o que te aconteceu?
-Você pode levar o Yudi para a sua casa?
-Posso. – Ela entrou e levou um choque com o estado do menino. – Pobrezinho...
-Toma, cobre ele com esse cobertor.
Rita o enrolou, e o pegou no colo.
-O que você vai fazer, Juliana?
-Eu vou terminar com isso. – Falou determinada.
-O seu filho teve que apanhar para você denunciar o canalha do Manuel. É um cúmulo! Como você pôde suportar apanhar durante quase seis anos?
-Vai embora, Rita. Faz favor.
-Ok, eu cuido do Yudi até você ir pegar ele.
-Obrigada. Diga que eu amo ele.
-Eu digo.
Rita foi embora; Juliana vagou pela casa perdida. Após algum tempo, subiu para o quarto. Se aproximou do marido sorrindo.
-Manuel... – Sussurrou.
Ele se remexeu na cama e abriu os olhos.
-O que foi? – Perguntou ríspido.
-Durma bem. – Seus olhos tinham um brilho de loucura.
Ela o esfaqueou múltiplas vezes no pescoço, no tórax e no rosto.

Juliana foi encontrada na manhã seguinte por Rita. Ela estava deitada ao lado do marido, dormindo, como se fosse comum. Quando a polícia chegou, ela não fazia ideia do que havia acontecido com o seu marido ou com o filho. A última coisa da qual lembrava, era estar sentada à mesa com o filho, esperando o marido chegar.

Ela acabou em um hospício.
Sempre perguntava sobre Manuel e Yudi, apesar de terem contado inúmeras vezes, ela continuava negando que havia matado seu amado.
Yudi nunca mais viu a mãe. As feridas físicas se curaram. As psicológicas, não.


Se copiar a estória, não esqueça de citar a autora (Lívia)!

sábado, 13 de outubro de 2012

O Jogo da Escuridão

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Um tributo àqueles que me deram o melhor aniversário ever!

O Jogo da Escuridão

     Saí do banho quente enrolada em uma toalha. Estava tudo muito silencioso. Estranhei.
- Nicholas? – Chamei.
Silêncio.
- Nicholas! – Chamei novamente. Onde estava o meu namorado?
Sua mochila e celular ainda estavam em casa. Fui até a cozinha. Havia uma carta descansando sobre a mesa. Ai, não! Meu coração bateu rápido e eu corri para a carta. Mas era a última coisa que eu esperava encontrar.
“Olá, Verônica.
Quero jogar um jogo com você.
O seu namorado está sob os meus domínios, e eu o trocarei por você. Mas quero me divertir antes.
Exatamente às 20h você sairá de casa e andará até o bosque que fica próximo.
Encontre as pistas e tente salvar o seu amado antes do sol nascer.
Boa sorte,
J.”
Olhei para o relógio na parede: 19:55h. Corri para meu quarto, peguei uma blusa qualquer e a minha já usada calça jeans. Coloquei tênis e prendi o cabelo molhado, sem nem penteá-lo.
Peguei uma lanterna e saí para a rua: 19:59h.
Andei rápido para o bosque. Estava nervosa e agitada.
Assim que atravessei a entrada do bosque, o vento frio arrepiou o meu corpo todo. O que seriam as pistas? Olhei em volta perdida, e vi um papel colado no poste de luz à minha frente.
“Você deve achar oito páginas, mas não deve esquecer de que haverá inimigos atrás de você. Não pare para respirar, apenas na luz.
Boa sorte,
J.”
O barulho da floresta ficou nítido e o medo me invadiu. Minhas pernas queriam ir embora, mas meu coração me impediu: Nicholas.
Andei até a cabana de informações; encontrei um guarda caído no chão. Não encontrei a sua pulsação.
- Nicholas! – Sussurrei com medo. Será que ele estava bem?
Meus olhos foram atraídos para o coldre na cintura do guarda. Peguei a arma, uma semi-automática, e procurei por mais munição. Achei três cartuchos.
Andei até o começo da trilha, respirei fundo, liguei a lanterna, empunhei a arma e segui em frente.
Meu coração ecoava alto dentro de mim, tão alto que pensei na possibilidade daquelas criaturas conseguirem escutar. Minhas mãos tremiam de medo e adrenalina. Vi uma churrasqueira mais à frente. Havia uma página no chão. Peguei-a. Desenhos macabros de uma criatura me assustaram.
Ao fundo, uma música tocava. Contava a história de um poeta e sua amada, algo a ver com luz, bruxa e escuridão. Estranhamente aquilo me deu forças para continuar.
Um galho quebrou atrás de mim. Virei com a arma levantada. Um ser encapuzado estava parado a alguns metros de mim. Algo naquele momento me lembrou do Slenderman. Enfiei a página no bolso e corri pela trilha, sem olhar para trás.
Encontrei outra página colada em uma árvore branca. “A escuridão tomou conta deles! Jogue luz e depois acerte.”
O que isso significa?
Olhei para trás, a criatura estava ao longe, me seguindo.
Continuei andando. De repente, um homem pulou do meio da floresta e correu para cima de mim. Lanterna. Um estampido seco. A sombra dele desapareceu. Mirei. Mãos tremendo. Medo. Ele estava muito perto. Um tiro. O corpo caindo. Morte.
Meu Deus! Eu matei um homem!
Barulho de passos; olhei por cima do ombro. Ele estava cada vez mais perto.
Corri. Tropecei em uma raiz. Continuei a correr. Mais um cara sombrio. Outra morte. A criatura me seguindo. Nicholas em perigo.
Peguei outras duas páginas. Faltavam quatro. Minha respiração estava mais do que ofegante. Parei embaixo de um poste de luz para respirar. Eu matei cinco homens, e dois deles havia me machucado.
Voltei a correr, ele estava muito perto. Droga! Corri de costas e acertei uma árvore.
- Ai!
Senti uma mão me agarrando. Dei um tiro. Nada aconteceu. Primeiro a luz, sua tonta! Consegui soltar a minha mão, apesar dos arranhões, joguei a luz da lanterna. Houve o mesmo estampido seco e depois o barulho do tiro.
Apoiei na árvore respirando fundo, lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Por que eu? De repente, um cheiro de morte me atingiu. Me senti mal. Olhei em volta e o ser maligno que me seguia estava a um metro e meio de mim.
- POR QUE EU? O QUE EU FIZ?
Ele continuou se aproximando. Corri entre as árvores, desviando dos galhos e dos arbustos. Pisei em um buraco, minhas pernas falharam por um segundo e eu quase caí.
Arquejando ou arfando voltei andando para a trilha escura. Recarreguei a arma.
Dois homens apareceram. Eu estava tão cansada! Desviei deles e peguei outras três páginas enquanto corria.
Quanto tempo havia passado? Quanto eu já corri?
Cheguei a um rio. Nicholas estava deitado na terra da beirada. Corri até ele com o resto das minhas forças. Havia uma última página presa na sua mão.
Verifiquei seus batimentos e a respiração. Ele estava vivo! Peguei a página.
“Parabéns, Verônica!
Você sobreviveu até aqui. Mas você acha que consegue voltar a salvo?
Acho que a brincadeira acabou.
J.”
Olhei em volta assustada. Havia dezenas de homens com a sombra, e chegando perto estava o ser do mal. Não! Depois de tudo, eu não posso morrer aqui.
- Peraí! O que você está falando, menina?!
- Jonathan! Não estraga a minha história!
- Ele tem razão, Lívia. E que final walking dead é esse?
- Shiu, Gabriel! Você nem assistiu walking dead ainda.
- Aloka, gente. – Marcelo disse.
- Pra começar, por que você trocou todos os nomes?
- Pra ficar mais interessante, Jonathan.
- Você está me traindo com algum Nicholas? – Ele falou sério.
- Deixa de besteira, amor! – Dei um tapa nele.
- Quem é o vilão? Eu ou o Jonathan?
- O Jow, e não você, Gabriel. Aqui você não é o Jaloto, só Gabriel.
- Então vamos do começo, chuchu.
-Vê se não arruína a minha história, Jow.
- Você não se preocupou comigo porque sabia que eu estava por trás de tudo. Tanto que colocou J. como a mente genial e maligna que criou tudo.
- Hum...
- Em vez do bosque, foi na faculdade. E você errou pra onde tinha que ir. Em vez do quiosque, você queria ir pro saguão. – Ele riu. – E a sua criatura maligna era o Marcelo com um sobretudo, e a sua primeira impressão foi C-O-M-P-L-E-T-A-M-E-N-T-E diferente. Ele tava com uma cara de “o que eu to fazendo aqui”, que você mesma descreveu depois.
- E o guarda? Quem você matou, Lívia?
- Era só pra combinar, Marcelo. Eu só queria deixar a história mais assustadora.
- Vai... você acertou a parte de tropeçar, bater na árvore e quando a gente te pegou. Apesar que não colocou o quanto te pegamos. E te pegamos bem mais! – Gabriel disse.
- E peguei você na metade do jogo, e no final.
- Ignora o final, Marcelo. Eu me prendi na grade, não valeu!
- Valeu sim, Liv! Perdeu.
Olhei feio para o Jonathan.
- Pfff... A quadra de areia virou um rio. – E riu.
- E o final, Jow?
- Verdade, Jalo- Ops! Gabriel.  Que momento tenso, hein? A Verônica ia morrer... Ah! Agora faz sentido! É porque a Lívia perdeu no final!
- Gente louca.
- Para, gente! Ficou legal, vai...
- Ficou, ficou, Liv.
Gabriel e Marcelo continuaram tirando sarro de mim, enquanto que o Jow me abraçou rindo. E eu ri também.


Se copiar a estória, não esqueça de citar a autora (Lívia)!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ai leitores, que vergonha!
Semana que vem juro que terá dois novos contos!
Quem sabe três....
Me desculpem!
Beijocas

domingo, 5 de agosto de 2012

Diário da Verônica #2

Dia 05 de Agosto

Hoje estava recordando dos momentos que passamos juntos... Tão poucos!
Resolvi procurar fotos nossas no computador, mas faltavam várias. Meu coração acelerou. Onde estavam? Onde?

Ah, essa minha cabeça! Estive tão atarefada que nem as tirei da câmera.
Corri até ela com meu pensamento em você. Liguei-a, já com um sorriso enorme no rosto, esperando vê-lo olhar para mim, assim como me olha quando está ao meu lado. Ai que saudades desses seus belos olhos pretos me encarando com tanta intensidade. Da sua respiração no meu pescoço causando arrepio. Das suas mãos quentes percorrendo o meu corpo todo... Meu olhar vagou para longe dali por um instante, para lembranças felizes.
Desejei tê-lo ao meu lado naquele instante, apenas para poder tocar seu rosto, sussurrar em seu ouvido o quanto eu te amo, sentir os seus lábios nos meus...
Mas minha mente voltou sua atenção para o objeto que estava em minhas mãos. E nesse momento, meu coração parou.

As fotos... Minhas fotos... Nossas fotos... Elas... Elas... Não! Não era possível! Não! Não! NÃO!

Lágrimas escorreram pelo meu rosto em uma enxurrada. Como pude não passá-las para o computador? Não colocá-las em seguranças?  Fotos tão importantes...
Não havia mais nada na câmera. O cartão de memória dera problema. Todas as minhas fotos preciosas foram apagadas...

Desabei no sofá, ainda segurando a câmera, mas minha mente estava enevoada, meus olhos não enxergavam nada. Por quê? Por que comigo?

Se eu tivesse te perdido também, não saberia viver sem as nossas fotos. Os nossos momentos capturados por uma lente. Olhei para o lado e peguei a nossa foto de cima da mesinha. Aquilo confortou meu coração.
Haveriam outras fotos, mas nenhuma poderia tomar o lugar daquelas que já se foram.

Vicky

sábado, 14 de julho de 2012

Diário da Verônica.

Dia 14 de Julho

Eu estava sentada na praça de alimentação do shopping te esperando.
Borboletas reviravam no meu estômago. Olhadelas para todos os cantos. A ansiedade para te encontrar batia forte. Mal escutava o que as pessoas falavam ao meu redor, a minha mente estava muito distante dali.
De repente, vi você saindo da escada rolante, olhava para os lados, perdido, procurando um olhar familiar.
Levantei e fui ao seu encontro. O coração batendo rápido, as borboletas voando mais agitadas, minhas mãos suando e meu corpo tremendo. Você sorriu ao me ver, e o meu sorriso aumentou ainda mais de proporções.
Eu estava tão, tão, mas tão feliz de te ver!
Seu cabelo estava diferente da última vez, e minhas mãos quase se moveram sozinhas para acariciarem ele.
Te abracei primeiro. A sensação das suas mãos em volta de mim, me apertando forte, me fez sentir segura. Depois o beijo. Por meros segundos tudo apagou ao meu redor, era só eu e você. E nada mais importava.
Voltamos para a mesa e conversamos.
Algum tempo depois, estiquei o pé para frente, e você me envolveu com os seus. Lembrei dos nossos vários almoços juntos.
A sensação era tão familiar, tão confortável... Tudo me deixava cada vez mais feliz...
Depois um filme. Lembra do nosso primeiro filme? Eu estava tão nervosa ao seu lado, que quase não prestei atenção no que passava na grande tela à nossa frente. Mas dessa vez foi diferente. Ficamos o tempo todo de mãos dadas. Às vezes eu olhava para você, e você retribuía o olhar com uma piscadela. Me deixava tão feliz saber que você estava ali do meu lado...
No final da noite, você foi embora. Hoje fez um ano desde o primeiro encontro. Ainda lembro de você vindo na minha direção pela primeira vez. Lembro das roupas que usava, lembro do sorriso estampado no seu rosto, lembro da minha gigantesca vergonha. Lembro de passar o primeiro dia sem falar quase nada.
Que diferença de hoje, não é? Agora não paro nunca de falar...
Meu coração bateu mais devagar, numa melodia triste de adeus.
Não queria te deixar de novo, cada vez era um pedaço da minha alma que ia embora.
Era confuso. A felicidade invadia cada pedaço do meu ser só por você estar ali na minha frente, mas saber que você partiria novamente... Me fazia pensar se eu aguentaria até a próxima vez...
Lágrimas fluem só de pensar no tempo e na distância que nos separam do próximo abraço.
Mas é a vida, não é mesmo?

Vicky

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A Dama Congelada - Dívida Cobrada


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A Dama Congelada – Dívida Cobrada

Eu estava noiva do homem que amava, e não podia pedir nada mais para ser feliz. Faltavam algumas semanas para o casamento. A aldeia onde eu morava desde pequena havia prosperado, e não existia mais necessidade de comer sopa de raízes todos os dias. E os invernos não eram mais tão frios.
Uma noite, sonhei com o lago proibido. Na noite seguinte, com uma bola escorregando pela água congelada. Na terceira noite, a bola escorregou novamente, em seguida o gelo rachou e ela caiu na água mortífera. Acordei suando frio. O que esses sonhos significavam? Será que... Tinha algo a ver com o lago?  Vesti um casacão, coloquei minhas botas e saí para o vento.
Andei até a aldeia ficar para trás, e ter apenas a luz da Lua como guia. Cheguei ao lago e esperei. Esperei algo me provar que eu não estava louca por estar parada em frente ao lago por causa de três sonhos.
Surgiu na minha frente uma mulher com roupas chiques. A sua longa cabeleira negra esvoaçava com o vento, a sua pele era tão branca quanto a neve, mas seus olhos... Eram opacos como o gelo, pareciam congelados, assim como as lágrimas cristalizadas em suas bochechas. Ela era linda, mas com um semblante tão triste...
- Você atendeu o meu chamado, Koya.
- Eu te conheço! – Exclamei.
- Sim. Sou a Dama Congelada, te salvei quando você caiu no lago com dez anos.
- Por que me chamou?
- Você tem uma dúvida comigo, e vim cobrá-la.
- O que precisa de mim?
Minha visão escureceu, e eu estava de volta na vila. As casas foram incendiadas, o calor era insuportável. Não importava para onde eu olhava, havia destruição por todo o lugar. Pessoas ardiam e gritavam de dor. Corri até a minha casa, estava em chamas. Encontrei minha família morta no quintal, queimada. Fui até o lago, gritando pela Dama Congelada.
Quando cheguei lá, o lago estava sendo revirado por uma escavadeira enorme, e havia homens dragando o rio. As águas estavam furiosas. Será um dos poderes da Dama Congelada?
Pisquei e estava novamente olhando para a Dama Congelada.
- O-o-o que foi isso? Isso vai acontecer de verdade? – Perguntei assustada.
- Se você não impedir, irá.
- O que eu preciso fazer?
- Matar o causador.
- O QUÊ?! Eu não vou matar ninguém!
- Se não deseja a morte da sua família, matará o seu noivo.
- VOCÊ ESTÁ DOIDA?! Além de me pedir para matar alguém, você quer que eu mate o meu noivo? – Dei as costas, e comecei a andar irritada de volta para a aldeia.
- Você me deve isso, Koya! Você viu o futuro, você viu a tragédia que está para acontecer!
Me virei para ela:
- Você me salvou da morte, muito obrigada! Mas só porque você flutua, tem visões do futuro e sei lá mais o que, não significa que você esteja certa. Ou que eu vá matar alguém porque você quer!
- A sua vida depende disso, mulher! Você tem oito dias para matá-lo, ou você irá morrer.
- Eu estou sonhando! – Declarei e voltei para a aldeia.
Mas ainda pude ouvi-la gritando:
- OITO DIAS, KOYA!


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domingo, 17 de junho de 2012

A Dama Congelada (Parte I)

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A Dama Congelada


Era inverno.
Às vezes eu achava que era inverno o ano todo.
Fazia alguns dias que nós só comíamos sopa de raízes. Horrível!
Meu irmão mais velho estava em uma fase rebelde, e naquela tarde tinha jogado a sua sopa gelada na nossa irmãzinha. Nossa mãe nos mandou ir brincar perto do lago congelado, na neve fria. Apesar de brincarmos por perto, não podíamos nos aproximar dele. Era estritamente proibido!
Estávamos brincando com a nossa única bola. Jogávamos para um lado, jogávamos para o outro. Aquilo estava chato e minha barriga doía de fome. Por que éramos uma aldeia tão pobre?
Hoje percebo que a culpa do que aconteceu foi minha.
-Não quero mais brincar.
-Fica quieta e joga a bola! -Ele ralhou comigo.
-Você quer que eu jogue? Então pega! – Joguei a bola o mais longe possível.
Ela quicou até parar perto da floresta amaldiçoada. Meu irmão me olhou feio, buscou a bola e, com um olhar vingativo, ele a jogou na direção do lago. Ela deslizou mortiferamente até parar no centro dele.
-Por que você fez isso?!
-Vai buscar agora, besta.
Comecei a chorar por ter perdido a bola, e ganhei um cascudo como represália. Meu irmão me deu a costas e foi em direção à aldeia. Resolvi ser corajosa. Me aproximei da margem do lago. Não parecia assustador. Dei um passo. Tudo normal. Andei devagar.
Dez passos para dentro do lago, eu virei e chamei pelo meu irmão. Ele já estava sumindo da minha vista, mas escutou o meu chamado e se virou. Sua expressão irritada se tornou gélida e aterrorizada.
-O que você tá fazendo, Koya? Sai do lago! É perigoso!
-Mas é a minha bola!
-O vento vai trazer ela de volta. Venha Koya, agora!
Dei as costas e continuei andando em direção à bola. Meu irmão ficou observando para ver se algo aconteceria. Foram vários minutos de apreensão silenciosa. Quando finalmente cheguei no centro, peguei a bola e a levantei bem alto para o meu irmão ver. Para mim, ele era apenas um borrão pela distância.
De repente, o gelo rachou em volta dos meus pés, fiquei desesperada. Gritei e corri, ainda segurando a bola. Tudo aconteceu tão rápido! Meu irmão deve ter ficado horrorizado. O gelo cedeu sob os meus pés e eu caí na água gelada. Como não sabia nadar, fiquei me debatendo, engolindo litros do líquido mortal. Acabei parando embaixo do gelo, sem conseguir subir para a superfície. Bati com as mãos na barreira gélida que me impedia de respirar. Finalmente senti cada parte do meu corpo congelar e desistir de lutar.
Comecei a afundar quando senti uma mão me puxando. Meu irmão!
Fui tirada da água e colocada no gelo firme. Recebi respiração boca a boca, mas percebi que aquelas mãos eram macias, e havia um perfume suave no ar. Tossi. Abri os olhos e me espantei! Era uma mulher, usava roupas chiques, a sua longa cabeleira negra esvoaçava com o vento, a sua pele era tão branca quanto a neve, mas seus olhos... Eram opacos como o gelo, pareciam congelados, assim como as lágrimas cristalizadas em suas bochechas. Ela era linda, mas com um semblante tão triste...
-Quem é você?
-Eu sou a Dama Congelada. Eu acabei de salvar a sua vida, e quando chegar a hora, você deverá realizar um favor para mim. - Ela me pegou no colo, e flutuou até a borda do lago.
-Obrigada. – Agradeci assim que pisei no chão, e ela sumiu em seguida.
Meus pais chegaram desesperados logo em seguida, e me levaram para ser aquecida em casa.
E foi nesse dia em que criei um laço eterno com aquele lago frio e proibido...

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sexta-feira, 8 de junho de 2012

O Sorriso Rubro

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O Sorriso Rubro

Eu estava sentada na frente do computador, como toda sexta à noite. Meus pais estavam viajando a negócio e ficariam o fim de semana inteiro fora. Finalmente a casa só para mim!
Olhei no meu celular que estava na mesa do computador. Já passava da meia noite, a casa estava no silêncio total. O telefone tocou. Pulei com o susto. Corri até a sala e o atendi. Silêncio. Desliguei e voltei para o meu quarto.
Cinco minutos depois, o telefone tocou novamente. Corri até a sala e o atendi. Silêncio. Quando eu estava para desligar, escutei uma respiração forte. Meu corpo inteiro arrepiou. Desliguei.
Alguma das minhas amigas deve estar fazendo isso, só pode. Elas sabiam que eu ia ficar sozinha em casa e estão tentando me assustar, mas não vão conseguir.
Voltei para o computador, e trouxe o telefone sem fio comigo.
Cinco minutos depois, o telefone tocou novamente. Irritada, atendi:
- Olha aqui, fala logo o que você quer!
- Filha? Está tudo bem?
- Ah! Oi, pai! Me desculpa, é que tem alguém ligando aqui pra casa, mas não fala nada.
- Tô ligando pra ver se tá tudo bem com você.
- Tá tudo ótimo!
- Está bem então. Juízo, menina. Domingo nós estamos em casa.
- Tchau, pai!
- Tchau, filha. – Desliguei.
Fui até a cozinha pegar algo para comer. Pelo canto do olho vi algo se movendo na janela da sala. Congelei. Movi lentamente a cabeça em direção à janela, mas não vi mais nada. Olhei em volta procurando algo para usar como arma mas a gaveta de facas estava distante.
A sala era enorme, e as paredes possuíam grandes janelas de vidro. À noite, a casa se transformava em um aquário, e os moradores, em peixinhos indefesos.
Achei que estava vendo coisas demais. Andei até o armário e peguei uma bolacha. Estava quase no corredor que levava aos quartos quando parei. Os pêlos da minha nuca estavam eriçados. Algo estava errado. Muito errado. Virei o corpo para a sala, mas os vidros estavam embaçados, e a única coisa que eu conseguia ver, era o meu reflexo. Pensei em chegar perto para ver lá fora, mas faltou coragem.
Voltei para o meu quarto, comecei a comer a bolacha e descontraí. Aproximadamente vinte minutos depois, o telefone tocou. Levei outro susto. Quando coloquei o dedo no botão de atender, ouvi barulhos no quintal. O que está acontecendo?
Atendi ao telefone, receosa.
- Alô?
Uma respiração forte.
- Quem é você? Vou ligar para a polícia se não parar de me ligar!
- Tente me impedir. – Uma voz grave e rouca. A ligação caiu.
Tentei ligar para a polícia, mas o telefone ficou mudo. Procurei meu celular pelo quarto, mas não o achei. Onde eu coloquei aquela tranqueira? Eu trouxe para o quarto quando vim pra cá!
Tentei lembrar onde o coloquei pela última vez, quando escutei o seu toque vindo da cozinha. Fui até lá devagar, tentando não fazer muito barulho. Ele estava em cima da mesa, tocando. Mas a música era do alarme. Por que o alarme tá tocando? Eu não coloquei pra despertar.
Peguei o celular. O nome do alarme era “Hora do Susto”. Como assim? Minhas pernas bambearam, e eu me apoiei na mesa. Olhei em volta, esperando um ataque, mas nada aconteceu. Desliguei o alarme e o silêncio reinou novamente.
O que está acontecendo? Tem alguém em casa!
Liguei para a polícia do celular, peguei uma faca da gaveta e andei cautelosamente até o meu quarto. Olhei embaixo da cama, e tranquei a porta. A ligação não completava nunca, olhei para o meu celular. Estava desligado. A bateria tinha acabado. Agora não! DROGA!
Larguei-o do lado do computador, apaguei as luzes e encostei na parede, atrás da porta. E esperei. Suor escorria da minha testa. Minhas mãos seguravam a faca sem firmeza. Minhas pernas tremiam. Eu vou morrer. Não! Eu não posso morrer, não desse jeito. Segurei um soluço, e minha garganta doeu por causa do choro contido.
Alguns minutos se passaram, até que vi através da penumbra, a maçaneta girar. Minha vontade era de gritar o mais alto possível, mas eu não podia. Isso era entregar a minha localização para aquele psicopata!
- Saia da toca, ratinha.
Apertei o cabo da faca mais forte. Olhei ao redor, e simplesmente tive a ideia salvadora.
Caminhei lentamente até meu armário, movi as coisas de dentro dele para baixo da cama. Coloquei uma caixa de plástico estrategicamente na frente da janela. A porta fez um barulho alto, e eu gritei com o susto e a tensão.
- Aí está a minha garota.
Desgraçado!
A porta fez barulho novamente. Ele deveria estar tentando arrombá-la, e provavelmente não demoraria muito. Abri a janela, e a deixei escancarada. O ar gélido da madrugada invadiu o quarto e me congelou até os ossos. Entrei dentro do armário, e fiquei o mais silenciosa possível.
Passaram-se alguns minutos, mas foram os minutos mais longos da minha vida. De tempos em tempos a porta fazia barulho, até que eu a escutei abrir com um estrondo gigante. Ouvi os passos ecoando, cada vez mais perto. Meu coração batia tão alto que eu achei que o psicopata poderia ouvir.
Tudo silencioso. Passos novamente. Uma caixa plástica sendo chutada. Era o momento que eu esperava. Pulei para fora do armário e enfiei a faca nas costas da pessoa que estava na minha frente. O homem virou de frente para mim, seu rosto estava com uma expressão confusa.
Ele agarrou uma das minhas mãos, mas eu o esfaqueei no olho. E completei cortando a sua garganta de orelha a orelha, formando um sorriso horripilante.
O homem caiu de joelhos, sangrando. Chutei seu genital, e ele finalmente caiu no chão.
Peguei meu celular, corri para o quarto dos meus pais e o coloquei para carregar. Liguei para a polícia, e em alguns minutos eles chegaram. Meus pais foram comunicados, dormi na casa de uma amiga, e o homem não foi identificado.
Passei anos fazendo terapia, tentando superar aquela madrugada. A única coisa que eu conseguia era ver o rosto dele, banhado de sangue, olhando dentro dos meus olhos. E a sua respiração pesada ecoando nos meus ouvidos.
Só havia uma coisa que me fazia esquecê-lo. E era quando eu tirava a vida de outra pessoa.

~ * ~ * ~

A imagem é para reforçar que psicopatas não são necessariamente pessoas estranhas. Podem ser pessoas bonitas e cativantes, completamente normais para nós. Pode ser aquele seu vizinho ou a sua colega de trabalho. Pode até mesmo ser o tio simpático da cantina.
Qualquer um pode ser um psicopata sem que você saiba...

Se copiar a estória, não esqueça de citar a autora (Lívia)!

Semana que vem vou postar alguns poemas que fiz, e três contos que já estão escritos!

Aguardem ansiosos!

domingo, 13 de maio de 2012

Labirinto Sangrento

Se não quiser ler a estória no blog, baixe-a para o seu computador! Clique na seta abaixo e faça o download! Só não se esqueça de comentar a sua opinião. Seja sincero!



Labirinto Sangrento


Acordei atordoado. Onde eu estava? O que aconteceu?
Olhei em volta e me encontrei em um quarto abafado. A única luz do cômodo era uma lâmpada fraca, piscando intermitente. Levantei devagar e reparei na pequena porta de metal. A única saída. Andei até ela sentindo o gelo do chão sob os meus pés descalços.
Passei por ela e saí em outro aposento parecido. O que diabos era aquilo?! Passei pela outra porta, e saí em outro quarto semelhante. Aquilo era uma brincadeira?
Passei pela porta correndo e, continuei correndo. Até dar de cara com uma porta trancada Voei para trás com meu nariz explodindo de dor e sangue.
Xinguei, berrei e amaldiçoei. Quem poderia fazer aquilo comigo? Eu era o diretor de uma grande empresa, honesto, com duas filhas e uma esposa maravilhosa. Nunca fiz mal para ninguém! Por quer isso estava acontecendo comigo?
Fiquei em pé e tentei abrir a porta calmamente. Estava trancada por fora, por uma corrente não muito grossa. Empurrei com força, mas não adiantou muito. Tomei distância, corri e me joguei na porta. Ela cedeu um pouco. Repeti o processo. Repeti mais uma vez. E mais uma. E mais uma. E mais uma. Xinguei novamente, limpei o suor da testa, respirei fundo e me joguei novamente na porta. Ela se abriu e eu caí em um mar de cacos de vidro.
Gritei de dor. A sala onde eu estava era um metro abaixo da porta por onde passei. Vidros coloridos e de todos os tamanhos estavam perfurando o meu corpo e causando a minha agonia.
Despi o meu paletó, e o usei para me afastar o máximo possível de perigos, para eu poder me arrastar até a próxima porta. Cada vez que eu puxava o meu corpo para frente, um gemido alto saía da minha boca.
Quando finalmente passei pela porta, o quarto era diferente dos anteriores. Era incrivelmente iluminado, e suas paredes brancas ofuscaram meus olhos no início. Encostei na parede e comecei a árdua tarefa de retirar os cacos de mim. Chorei. Gritei. Xinguei. Amaldiçoei.
Por que um psicopata havia me escolhido?
Com os pés, as mãos e o resto do corpo sangrando, continuei lá, encostado na parede, assustado. De repente, um projetor foi ligado e na parede à minha frente, um filme começou a passar.
- Olá. – Disse uma voz masculina. – Você é a minha sexagésima sexta vítima. Você se encontra no Labirinto Sangrento, minha obra-prima mortal.
- QUEM É VOCÊ? O QUE QUER DE MIM? – Gritei.
-... Até o pôr do sol para encontrar a saída. Se não tiver sorte, acabará como todas as outras vítimas.
O filme começou a rodar, uma mulher loira estava presa em uma maca, e havia um homem desenhando com um bisturi na barriga dela. De repente, o filme pulou para  frente, com a mulher em um estado lastimável, morta e aos pedaços.
- Devo avisá-lo que não falta muito tempo para o sol se pôr.
Ainda horrorizado, levantei ignorando minhas dores e corri mancando para fora dali.
Saí em uma escadaria. Não subia, apenas descia. Segui a escada, e a cada andar, testava a porta. Todas trancadas. Até que uma delas abriu, na parede estava escrito: Abatedouro.
Assustado, voltei para a escada, e desci o último lance. A porta também estava trancada. Sentei na escada, exausto. Após alguns minutos, comecei a tossir e a me sentir tonto. Reparei tarde demais na fumaça envenenada que me cercava. Voltei para a sala do abatedouro sem conseguir respirar. Caí no chão e tossi até a minha respiração retornar ao normal. Fiquei em pé e segui pelo corredor e passei por uma porta. Outro corredor com várias salas. Umas delas tinha a porta vermelha e estava escrito: Sala da Morte.
Tentei voltar para a escada, mas a porta estava trancada agora. Testei a primeira porta próxima, três pitbulls apareceram correndo para cima de mim, tentei fechar a porta, mas ela estava travada. Corri, com os cachorros no meu encalço, e entrei na sala da morte, me salvando dos cachorros. O cômodo estava escuro, com apenas uma luz vermelha fraquíssima acesa. Segui pela sala, até que algo gelado encostou no meu ombro. Olhei para cima e consegui ver pedaços  penduradas no teto. Gritei e corri até a porta. Era uma escada.
Pisei errado no degrau por causa da velocidade e rolei até o seu fim.
Minha cabeça estava sangrando por causa de um corte profundo.
Enxerguei a saída, uma porta com o sol se pondo, e uma fileira enorme de pares de sapatos. Me arrastei demoradamente, mas infelizmente era o mais rápido que eu podia. Peguei meus sapatos, era o primeiro par, e empurrei os outros conforme me arrastava pela fileira.
Estava quase na porta quando ela se fechou com um estalo e escureceu o ambiente.
- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOO! O SOL AINDA NÃO SE PÔS!!!
Em um momento de desespero, tateei meu paletó, que ainda carregava comigo, até achar um pedaço de vidro afiado.
Cortei minha própria garganta, apenas para não sofrer e, para não dar o prazer de me matar à um maníaco.



Baseado em Criminal Minds
Se copiar a estória, não esqueça de citar a autora (Lívia)!