sábado, 14 de julho de 2012

Diário da Verônica.

Dia 14 de Julho

Eu estava sentada na praça de alimentação do shopping te esperando.
Borboletas reviravam no meu estômago. Olhadelas para todos os cantos. A ansiedade para te encontrar batia forte. Mal escutava o que as pessoas falavam ao meu redor, a minha mente estava muito distante dali.
De repente, vi você saindo da escada rolante, olhava para os lados, perdido, procurando um olhar familiar.
Levantei e fui ao seu encontro. O coração batendo rápido, as borboletas voando mais agitadas, minhas mãos suando e meu corpo tremendo. Você sorriu ao me ver, e o meu sorriso aumentou ainda mais de proporções.
Eu estava tão, tão, mas tão feliz de te ver!
Seu cabelo estava diferente da última vez, e minhas mãos quase se moveram sozinhas para acariciarem ele.
Te abracei primeiro. A sensação das suas mãos em volta de mim, me apertando forte, me fez sentir segura. Depois o beijo. Por meros segundos tudo apagou ao meu redor, era só eu e você. E nada mais importava.
Voltamos para a mesa e conversamos.
Algum tempo depois, estiquei o pé para frente, e você me envolveu com os seus. Lembrei dos nossos vários almoços juntos.
A sensação era tão familiar, tão confortável... Tudo me deixava cada vez mais feliz...
Depois um filme. Lembra do nosso primeiro filme? Eu estava tão nervosa ao seu lado, que quase não prestei atenção no que passava na grande tela à nossa frente. Mas dessa vez foi diferente. Ficamos o tempo todo de mãos dadas. Às vezes eu olhava para você, e você retribuía o olhar com uma piscadela. Me deixava tão feliz saber que você estava ali do meu lado...
No final da noite, você foi embora. Hoje fez um ano desde o primeiro encontro. Ainda lembro de você vindo na minha direção pela primeira vez. Lembro das roupas que usava, lembro do sorriso estampado no seu rosto, lembro da minha gigantesca vergonha. Lembro de passar o primeiro dia sem falar quase nada.
Que diferença de hoje, não é? Agora não paro nunca de falar...
Meu coração bateu mais devagar, numa melodia triste de adeus.
Não queria te deixar de novo, cada vez era um pedaço da minha alma que ia embora.
Era confuso. A felicidade invadia cada pedaço do meu ser só por você estar ali na minha frente, mas saber que você partiria novamente... Me fazia pensar se eu aguentaria até a próxima vez...
Lágrimas fluem só de pensar no tempo e na distância que nos separam do próximo abraço.
Mas é a vida, não é mesmo?

Vicky

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A Dama Congelada - Dívida Cobrada


Se não quiser ler a estória no blog, baixe-a para o seu computador! Clique na imagem abaixo e faça o download! Só não se esqueça de comentar a sua opinião. Seja sincero!



A Dama Congelada – Dívida Cobrada

Eu estava noiva do homem que amava, e não podia pedir nada mais para ser feliz. Faltavam algumas semanas para o casamento. A aldeia onde eu morava desde pequena havia prosperado, e não existia mais necessidade de comer sopa de raízes todos os dias. E os invernos não eram mais tão frios.
Uma noite, sonhei com o lago proibido. Na noite seguinte, com uma bola escorregando pela água congelada. Na terceira noite, a bola escorregou novamente, em seguida o gelo rachou e ela caiu na água mortífera. Acordei suando frio. O que esses sonhos significavam? Será que... Tinha algo a ver com o lago?  Vesti um casacão, coloquei minhas botas e saí para o vento.
Andei até a aldeia ficar para trás, e ter apenas a luz da Lua como guia. Cheguei ao lago e esperei. Esperei algo me provar que eu não estava louca por estar parada em frente ao lago por causa de três sonhos.
Surgiu na minha frente uma mulher com roupas chiques. A sua longa cabeleira negra esvoaçava com o vento, a sua pele era tão branca quanto a neve, mas seus olhos... Eram opacos como o gelo, pareciam congelados, assim como as lágrimas cristalizadas em suas bochechas. Ela era linda, mas com um semblante tão triste...
- Você atendeu o meu chamado, Koya.
- Eu te conheço! – Exclamei.
- Sim. Sou a Dama Congelada, te salvei quando você caiu no lago com dez anos.
- Por que me chamou?
- Você tem uma dúvida comigo, e vim cobrá-la.
- O que precisa de mim?
Minha visão escureceu, e eu estava de volta na vila. As casas foram incendiadas, o calor era insuportável. Não importava para onde eu olhava, havia destruição por todo o lugar. Pessoas ardiam e gritavam de dor. Corri até a minha casa, estava em chamas. Encontrei minha família morta no quintal, queimada. Fui até o lago, gritando pela Dama Congelada.
Quando cheguei lá, o lago estava sendo revirado por uma escavadeira enorme, e havia homens dragando o rio. As águas estavam furiosas. Será um dos poderes da Dama Congelada?
Pisquei e estava novamente olhando para a Dama Congelada.
- O-o-o que foi isso? Isso vai acontecer de verdade? – Perguntei assustada.
- Se você não impedir, irá.
- O que eu preciso fazer?
- Matar o causador.
- O QUÊ?! Eu não vou matar ninguém!
- Se não deseja a morte da sua família, matará o seu noivo.
- VOCÊ ESTÁ DOIDA?! Além de me pedir para matar alguém, você quer que eu mate o meu noivo? – Dei as costas, e comecei a andar irritada de volta para a aldeia.
- Você me deve isso, Koya! Você viu o futuro, você viu a tragédia que está para acontecer!
Me virei para ela:
- Você me salvou da morte, muito obrigada! Mas só porque você flutua, tem visões do futuro e sei lá mais o que, não significa que você esteja certa. Ou que eu vá matar alguém porque você quer!
- A sua vida depende disso, mulher! Você tem oito dias para matá-lo, ou você irá morrer.
- Eu estou sonhando! – Declarei e voltei para a aldeia.
Mas ainda pude ouvi-la gritando:
- OITO DIAS, KOYA!


Se copiar a estória, não esqueça de citar a autora (Lívia)!