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Labirinto Sangrento
Acordei atordoado. Onde eu estava? O que aconteceu?
Olhei em volta e me encontrei em um quarto abafado. A única
luz do cômodo era uma lâmpada fraca, piscando intermitente. Levantei devagar e
reparei na pequena porta de metal. A única saída. Andei até ela sentindo o gelo
do chão sob os meus pés descalços.
Passei por ela e saí em outro aposento parecido. O que
diabos era aquilo?! Passei pela outra porta, e saí em outro quarto semelhante.
Aquilo era uma brincadeira?
Passei pela porta correndo e, continuei correndo. Até dar de
cara com uma porta trancada Voei para trás com meu nariz explodindo de dor e
sangue.
Xinguei, berrei e amaldiçoei. Quem poderia fazer aquilo
comigo? Eu era o diretor de uma grande empresa, honesto, com duas filhas e uma
esposa maravilhosa. Nunca fiz mal para ninguém! Por quer isso estava
acontecendo comigo?
Fiquei em pé e tentei abrir a porta calmamente. Estava
trancada por fora, por uma corrente não muito grossa. Empurrei com força, mas
não adiantou muito. Tomei distância, corri e me joguei na porta. Ela cedeu um
pouco. Repeti o processo. Repeti mais uma vez. E mais uma. E mais uma. E mais
uma. Xinguei novamente, limpei o suor da testa, respirei fundo e me joguei
novamente na porta. Ela se abriu e eu caí em um mar de cacos de vidro.
Gritei de dor. A sala onde eu estava era um metro abaixo da
porta por onde passei. Vidros coloridos e de todos os tamanhos estavam
perfurando o meu corpo e causando a minha agonia.
Despi o meu paletó, e o usei para me afastar o máximo possível
de perigos, para eu poder me arrastar até a próxima porta. Cada vez que eu
puxava o meu corpo para frente, um gemido alto saía da minha boca.
Quando finalmente passei pela porta, o quarto era diferente
dos anteriores. Era incrivelmente iluminado, e suas paredes brancas ofuscaram
meus olhos no início. Encostei na parede e comecei a árdua tarefa de retirar os
cacos de mim. Chorei. Gritei. Xinguei. Amaldiçoei.
Por que um psicopata havia me escolhido?
Com os pés, as mãos e o resto do corpo sangrando, continuei
lá, encostado na parede, assustado. De repente, um projetor foi ligado e na
parede à minha frente, um filme começou a passar.
- Olá. – Disse uma voz masculina. – Você é a minha
sexagésima sexta vítima. Você se encontra no Labirinto Sangrento, minha obra-prima
mortal.
- QUEM É VOCÊ? O QUE QUER DE MIM? – Gritei.
-... Até o pôr do sol para encontrar a saída. Se não tiver
sorte, acabará como todas as outras vítimas.
O filme começou a rodar, uma mulher loira estava presa em
uma maca, e havia um homem desenhando com um bisturi na barriga dela. De
repente, o filme pulou para frente, com
a mulher em um estado lastimável, morta e aos pedaços.
- Devo avisá-lo que não falta muito tempo para o sol se pôr.
Ainda horrorizado, levantei ignorando minhas dores e corri mancando
para fora dali.
Saí em uma escadaria. Não subia, apenas descia. Segui a
escada, e a cada andar, testava a porta. Todas trancadas. Até que uma delas
abriu, na parede estava escrito: Abatedouro.
Assustado, voltei para a escada, e desci o último lance. A
porta também estava trancada. Sentei na escada, exausto. Após alguns minutos,
comecei a tossir e a me sentir tonto. Reparei tarde demais na fumaça envenenada
que me cercava. Voltei para a sala do abatedouro sem conseguir respirar. Caí no
chão e tossi até a minha respiração retornar ao normal. Fiquei em pé e segui
pelo corredor e passei por uma porta. Outro corredor com várias salas. Umas
delas tinha a porta vermelha e estava escrito: Sala da Morte.
Tentei voltar para a escada, mas a porta estava trancada
agora. Testei a primeira porta próxima, três pitbulls apareceram correndo para
cima de mim, tentei fechar a porta, mas ela estava travada. Corri, com os
cachorros no meu encalço, e entrei na sala da morte, me salvando dos cachorros.
O cômodo estava escuro, com apenas uma luz vermelha fraquíssima acesa. Segui
pela sala, até que algo gelado encostou no meu ombro. Olhei para cima e
consegui ver pedaços penduradas no teto.
Gritei e corri até a porta. Era uma escada.
Pisei errado no degrau por causa da velocidade e rolei até o
seu fim.
Minha cabeça estava sangrando por causa de um corte
profundo.
Enxerguei a saída, uma porta com o sol se pondo, e uma
fileira enorme de pares de sapatos. Me arrastei demoradamente, mas infelizmente
era o mais rápido que eu podia. Peguei meus sapatos, era o primeiro par, e
empurrei os outros conforme me arrastava pela fileira.
Estava quase na porta quando ela se fechou com um estalo e
escureceu o ambiente.
- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOO! O SOL AINDA NÃO SE PÔS!!!
Em um momento de desespero, tateei meu paletó, que ainda
carregava comigo, até achar um pedaço de vidro afiado.
Cortei minha própria garganta, apenas para não sofrer e,
para não dar o prazer de me matar à um maníaco.
Se copiar a estória, não esqueça de citar a autora (Lívia)!